sábado, 21 de dezembro de 2013

Attraversiamo!


Sensação de ter sido atropelada pelo tempo. Como assim Feliz Ano Novo? Me sinto perdida em algum dia de abril ainda.  

Apesar da montanha russa, esse ano me ajudou a ter uma visão muito maior de tudo aquilo que eu acredito. Fiquei mais sensível ao meu trabalho, às pessoas ou até a pequenos detalhes que fazem parte do dia a dia. Reflexo da terapia, creio eu. 

Graças a minha memoria extremamente seletiva, lembro de pouquíssimas coisas (ainda bem que raramente bebo) então pra fechar o meu balanço pensei em algumas situações que foram relevantes dentro da minha bagunça.  Umas exigiram um esforço sobre -humano para serem comentadas, outras me deram alivio e outras esperanças. 

Por exemplo, gostei muito muito muito muito mesmo de uma pessoa e apesar de não ter dado certo, fico feliz de sentir que tenha restado uma saudade gostosa do seu sorriso fácil e de seus olhinhos azuis da cor do mar. Na época doeu tanto que por mais que eu procurasse meios de colocar tudo pra fora, embolou o meio de campo, ficou tudo escuro e eu me perdi. Precisei de muita paciência comigo mesma pra aceitar o que nunca seriamos... então respirei fundo, engoli meses tristes e frios (tão frios como sua cultura alemã por sinal) e finalmente deixei-o ir. Estou tão certa disso que HOJE nada mais me incomoda: musicas, filmes ou situações, ficou o carinho da lembrança. 

Enfim, outras pessoas também se esforçaram por mim e eu não estava pronta e hoje elas estão felizes por aí, então pela lógica, devo ficar assim qualquer dia desses.

Perdi meu melhor amigo, meu filhote, meu moleque, meu tudo. O Taha foi um sharpei muito simpático que ficou comigo por 12 anos e era o mais profundo significado da palavra doçura na minha vida. Ele esteve ao meu lado durante momentos pesadíssimos e me ensinou o que é a lealdade. Virou uma estrelinha e aparece nos meus sonhos nos meus dias mais tristes só pra me mostrar que ele continua ali. Tem horas que as lagrimas me vencem, mas agradeço por tudo o que ele significou pra mim.

Voltei para os USA. Oh! Sim, pra mim foi um acontecimento descomunal levando em conta meus últimos anos e meu amor por lá. Fui a trabalho, me diverti, revi pessoas queridas e conheci pessoas queridas.

Percebi também que em Miami é possível ser feliz sem tarja preta, pois a cabeça de vento aqui esqueceu a sua mais poderosa ferramenta de sobrevivência no avião na viagem de ida. Sentadinha no chão do hotel e tirando as coisinhas alegremente da mala sinto um buraco negro se abrindo no meu peito de repente: a necessaire mais cara a minha saúde foi espantosamente deixada na poltrona. Sorte de quem a encontrou, ficou feliz por pelo menos um mês.

Falando em pessoas da viagem, teve uma que se destacou na multidão e ele não faz ideia do quanto eu queria mais 5 minutinhos antes de perde-lo na mesma multidão que o trouxe. O bom disso é que num breve momento ele me mostrou que dá sim pra respirar fundo e até sentir que o toque do outro pode ser no mínimo reconfortante. Juro que eu não queria prazo de validade ali, mas... “ deixa estar que o que for pra ser, vigora” ♫ ♫ ♫.

Sei lá, estava tão exausta e vazia por mais uma vez ter que ir embora do lugar que eu mais amo na vida, que vai ver foi um anjo (em presença e nome) que passou por ali e me deu boa noite.

Voltei pra terapia, conheci o Yoga e estou interessada pela meditação. Tenho ensaiado para conhecer um lugar super indicado pelo meu sobrinho mas só de imaginar em travar mais uma batalha com a minha mente, já me sinto cansada.  O fato é que eu preciso de todo o arsenal disponível pra aliviar minha energia desgovernada de labrador e se ainda depois de tudo não conseguir, optarei por choquinhos no cérebro ou talvez me mude para o Mandaqui. De tudo, o que mais me incomoda mesmo é ter um "Estômago Possuído" (melhor titulo para um livro ever!): me sentir derrotada pela balança é a pior sensação do mundo e achar que às vezes Oreo é o meu melhor amigo, é no minimo, um suicídio

Por final, termino meu ano empolgada com 2014 e fazia tempo que eu não me sentia assim. Quero trabalho, reconhecimento, saúde da alma e da minha cabecinha atarantada, quero viagens e mais pessoas novas entrando na minha vida porque renovar é sempre bom. Quero Oyá dançando lindamente na minha frente movimentando meus caminhos e aquecendo meu coração naqueles momentos que só o sagrado conhece. 

Não pedirei amor desta vez. Cheguei a conclusão que não estou pronta pra ele e é por isso que as pessoas que eu encontro também não estão disponíveis. É como se eu esperasse um resgate só que geralmente os salva-vidas que eu invento estão tão sufocados quanto eu. 

A verdade é: sou muito possessiva, até com a minha solidão.

Um lindo 2014 e que não nos falte coragem para seguirmos nosso coração. 







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