Sensação de ter sido atropelada pelo tempo. Como assim Feliz Ano Novo? Me sinto perdida em algum dia de abril ainda.
Apesar da montanha russa, esse ano me ajudou a ter uma visão muito maior de tudo aquilo que eu acredito. Fiquei mais sensível ao meu trabalho, às pessoas ou até a pequenos detalhes que fazem parte do dia a dia. Reflexo da terapia, creio eu.
Graças a minha memoria extremamente seletiva, lembro de pouquíssimas coisas (ainda bem que raramente bebo) então pra fechar o meu balanço pensei em algumas situações que foram relevantes dentro da minha bagunça. Umas exigiram um esforço sobre -humano para serem comentadas, outras me deram alivio e outras esperanças.
Por exemplo, gostei muito muito muito muito mesmo de uma pessoa e apesar de não ter dado certo, fico feliz de sentir que tenha restado uma saudade gostosa do seu sorriso fácil e de seus olhinhos azuis da cor do mar. Na época doeu tanto que por mais que eu procurasse meios de colocar tudo pra fora, embolou o meio de campo, ficou tudo escuro e eu me perdi. Precisei de muita paciência comigo mesma pra aceitar o que nunca seriamos... então respirei fundo, engoli meses tristes e frios (tão frios como sua cultura alemã por sinal) e finalmente deixei-o ir. Estou tão certa disso que HOJE nada mais me incomoda: musicas, filmes ou situações, ficou o carinho da lembrança.
Enfim, outras pessoas também se esforçaram por mim e eu não estava pronta e hoje elas estão felizes por aí, então pela lógica, devo ficar assim qualquer dia desses.
Perdi meu melhor amigo, meu
filhote, meu moleque, meu tudo. O Taha foi um sharpei muito simpático que ficou
comigo por 12 anos e era o mais profundo significado da palavra doçura na minha vida. Ele esteve
ao meu lado durante momentos pesadíssimos e me ensinou o que é a lealdade.
Virou uma estrelinha e aparece nos meus sonhos nos meus dias mais tristes só
pra me mostrar que ele continua ali. Tem horas que as lagrimas me vencem, mas
agradeço por tudo o que ele significou pra mim.
Voltei para os USA. Oh! Sim, pra mim foi um acontecimento descomunal levando em conta meus últimos anos e meu
amor por lá. Fui a trabalho, me diverti, revi pessoas queridas e conheci
pessoas queridas.
Percebi também que em Miami é
possível ser feliz sem tarja preta, pois a cabeça de vento aqui esqueceu a sua
mais poderosa ferramenta de sobrevivência no avião na viagem de ida. Sentadinha no chão do hotel e tirando as coisinhas alegremente da mala sinto um buraco negro se abrindo no meu peito de repente: a necessaire mais cara a minha saúde
foi espantosamente deixada na poltrona. Sorte de quem a encontrou, ficou feliz
por pelo menos um mês.
Falando em pessoas da viagem,
teve uma que se destacou na multidão e ele não faz ideia do quanto eu queria
mais 5 minutinhos antes de perde-lo na mesma multidão que o trouxe.
O bom disso é que num breve momento ele me mostrou que dá sim pra respirar fundo e até sentir que o toque do outro pode ser no mínimo reconfortante. Juro que eu não
queria prazo de validade ali, mas... “ deixa estar que o que for pra
ser, vigora” ♫ ♫ ♫.
Sei lá, estava tão exausta e
vazia por mais uma vez ter que ir embora do lugar que eu mais amo na vida, que vai ver foi um anjo (em presença e nome) que passou por ali e me deu boa noite.
Voltei pra terapia, conheci o
Yoga e estou interessada pela meditação. Tenho ensaiado para conhecer um lugar super indicado pelo meu sobrinho mas só de imaginar em travar mais uma batalha com a minha mente, já me sinto cansada. O fato é que eu preciso de todo o arsenal disponível pra aliviar minha energia desgovernada de labrador e se ainda depois de tudo não conseguir, optarei por choquinhos no cérebro ou talvez me mude para o Mandaqui. De tudo, o que mais me incomoda mesmo é ter um "Estômago Possuído" (melhor titulo para um livro ever!): me sentir derrotada pela balança é a pior sensação do mundo e achar que às vezes Oreo é o meu melhor amigo, é no minimo, um suicídio.
Por final, termino meu ano empolgada com 2014 e fazia tempo que eu não me sentia assim. Quero trabalho, reconhecimento, saúde da alma e da minha cabecinha atarantada, quero
viagens e mais pessoas novas entrando na minha vida porque renovar é sempre bom. Quero Oyá dançando lindamente na minha frente movimentando meus caminhos e aquecendo meu coração naqueles momentos que só o sagrado conhece.
Não pedirei amor desta vez. Cheguei a conclusão que não estou pronta pra ele e é por isso que as pessoas que eu encontro também não estão disponíveis. É como se eu esperasse um resgate só que geralmente os salva-vidas que eu invento estão tão sufocados quanto eu.
A verdade é: sou muito possessiva, até com a minha solidão.
Um lindo 2014 e que não nos falte coragem para seguirmos nosso coração.
Não pedirei amor desta vez. Cheguei a conclusão que não estou pronta pra ele e é por isso que as pessoas que eu encontro também não estão disponíveis. É como se eu esperasse um resgate só que geralmente os salva-vidas que eu invento estão tão sufocados quanto eu.
A verdade é: sou muito possessiva, até com a minha solidão.
Um lindo 2014 e que não nos falte coragem para seguirmos nosso coração.
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